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Introdução Alimentar Com Respeito E Amor

Nutrindo a relação durante a refeição

Lembro que minha mãe me obrigava a comer feijão todo dia no almoço. E a tomar leite toda noite antes de dormir. Eu odiava, feijão e leite – pois não podia odiar minha mãe. Detestava o gosto e a textura do feijão, detestava a oleosidade do leite de vaca. Mas criança não tinha querer, quando eu era criança. Lembro também de como “mamãe vai ficar triste, se você não comer tudo” e de como ela fazia “tudo com tanto amor” que eu tinha que comer “só mais um pouquinho”. Claro, porque se eu não comesse, eu seria a ingrata responsável pela tristeza de minha mãe, ela que fazia tudo com tanto amor e que só estava “pensando no meu bem”. Certamente ela só estava pensando no meu bem e estava fazendo o melhor que podia com a sabedoria e condições que ela tinha no momento. Eu entendo e acolho. Mas não concordo. Esse ciclo de desrespeito com o corpo da criança pára aqui.

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Toda mãe precisa de abraços

Sempre gostei de abraçar. Porque a gente nunca apenas dá um abraço: abraço só acontece quando é recíproco, damos e recebemos ao mesmo tempo. O abraço me dá margem quando tudo parece confuso, me dá segurança quando tudo inspira medo, me dá paz quando tudo em volta é revolta. Abraço me remete à minha potência quando o caos do cotidiano materno quer tomar conta da minha sanidade. Abraço é vida.

E, ah, como é necessário! Sobretudo nessa vida de mãe de dois, puérpera e em transição de carreira. Depois que virei mãe, fiquei mais ansiosa. Às vezes, tenho picos de ansiedade – quando me dou conta que dois braços, duas pernas, uma cabeça e um coração parecem insuficientes para responder a todas as demandas de dois coraçõezinhos sedentos de atenção e amor. Criança gosta é de atenção plena e exclusiva. E como dar atenção exclusiva quando se tem dois ou mais? Só com apoio, rede, amigas, parcerias firmeza. Aí, reveza.

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Somos portais para a vida

Há alguns dias, me veio tão nitidamente essa sensação, seguida da uma profunda gratidão por ser mulher e ser mãe: somos canais para a vida se manifestar!

Escrevo isso sem nenhuma romantização, porque sei o que é maternidade real e vivo cotidianamente os desafios de lidar com o turbilhão emocional de uma criança de 4 anos (prestes a se tornar irmão mais velho) e de uma gestação (desejada, planejada, mas cheia de surpresas) aos 42 anos. Vivo diariamente os desafios de acolher minhas próprias emoções diante dessa imensidão pulsante que é a busca por uma maternagem consciente, equilibrando o autocuidado e o cuidado com a família.

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