Amamentar é um privilégio
Estamos na Semana Mundial do Aleitamento Materno. Eu amamento há 5 anos e 2 meses, com uma breve pausa durante a segunda metade da gestação da Amarilis. Gael mamou 3 anos e meio. Amarilis mama desde que nasceu e seguimos.…
Estamos na Semana Mundial do Aleitamento Materno. Eu amamento há 5 anos e 2 meses, com uma breve pausa durante a segunda metade da gestação da Amarilis. Gael mamou 3 anos e meio. Amarilis mama desde que nasceu e seguimos.…
Há 5 anos, eu amamento. Há 5 anos, sou mãe. E há 1 ano, mãe de dois.
Pra ser exata, há 5 anos, 3 semanas e 3 dias que minhas noites nunca mais foram só minhas e meus dias nunca foram tão intensamente preenchidos. E que eu nunca estive tão vulnerável e… tão potente.
E aí você se tornou mãe e ganhou um novo propósito: cuidar da vida.
É tempo de cuidar. De si, dos filhos, das relações familiares. Lembre de respirar. Você está viva e o ar é saudável. Lembre de beber água. Você flui com a vida e a água te purifica. Lembre de dormir bem.…
Lembro que minha mãe me obrigava a comer feijão todo dia no almoço. E a tomar leite toda noite antes de dormir. Eu odiava, feijão e leite – pois não podia odiar minha mãe. Detestava o gosto e a textura do feijão, detestava a oleosidade do leite de vaca. Mas criança não tinha querer, quando eu era criança. Lembro também de como “mamãe vai ficar triste, se você não comer tudo” e de como ela fazia “tudo com tanto amor” que eu tinha que comer “só mais um pouquinho”. Claro, porque se eu não comesse, eu seria a ingrata responsável pela tristeza de minha mãe, ela que fazia tudo com tanto amor e que só estava “pensando no meu bem”. Certamente ela só estava pensando no meu bem e estava fazendo o melhor que podia com a sabedoria e condições que ela tinha no momento. Eu entendo e acolho. Mas não concordo. Esse ciclo de desrespeito com o corpo da criança pára aqui.
Sempre gostei de abraçar. Porque a gente nunca apenas dá um abraço: abraço só acontece quando é recíproco, damos e recebemos ao mesmo tempo. O abraço me dá margem quando tudo parece confuso, me dá segurança quando tudo inspira medo, me dá paz quando tudo em volta é revolta. Abraço me remete à minha potência quando o caos do cotidiano materno quer tomar conta da minha sanidade. Abraço é vida.
E, ah, como é necessário! Sobretudo nessa vida de mãe de dois, puérpera e em transição de carreira. Depois que virei mãe, fiquei mais ansiosa. Às vezes, tenho picos de ansiedade – quando me dou conta que dois braços, duas pernas, uma cabeça e um coração parecem insuficientes para responder a todas as demandas de dois coraçõezinhos sedentos de atenção e amor. Criança gosta é de atenção plena e exclusiva. E como dar atenção exclusiva quando se tem dois ou mais? Só com apoio, rede, amigas, parcerias firmeza. Aí, reveza.
Foi ali. Os azulejos, suados como eu, ecoavam meu grito: “Tá vindo! Tá vindo tudo! Tá vindo inteira!”. Numa só contração, todo seu corpinho desceu, minhas mãos crispadas nos braços do meu companheiro, imobilizando qualquer movimento dele. Nem eu nem…
Nasceu! Um parto natural, rodeado de amor e alegria, como todo parto deveria ser. Foi assim o nascimento do meu primeiro livro: pleno de amor e luz, como um bebê muito esperado e bem-vindo! Chegou da gráfica no sábado! Estou…
Mãe de dois, em pleno segundo puerpério, amamentando a filha de 3 meses aos 42 anos, com o primeiro livro recém-escrito e saindo em breve da gráfica, eis que resolvo voltar a estudar – no ensino formal, porque como autodidata…
Vulnerabilizar-se. “Esse verbo não existe. Melhor trocar por algo como tornar-se vulnerável ou mostrar suas fraquezas”, disse minha editora ao me enviar a revisão do livro. Não aceitei a troca. Porque não tem a ver com fraqueza ou com mostrar-se…