Amamentar é um privilégio
Estamos na Semana Mundial do Aleitamento Materno. Eu amamento há 5 anos e 2 meses, com uma breve pausa durante a segunda metade da gestação da Amarilis. Gael mamou 3 anos e meio. Amarilis mama desde que nasceu e seguimos.…
Estamos na Semana Mundial do Aleitamento Materno. Eu amamento há 5 anos e 2 meses, com uma breve pausa durante a segunda metade da gestação da Amarilis. Gael mamou 3 anos e meio. Amarilis mama desde que nasceu e seguimos.…
Há 5 anos, eu amamento. Há 5 anos, sou mãe. E há 1 ano, mãe de dois.
Pra ser exata, há 5 anos, 3 semanas e 3 dias que minhas noites nunca mais foram só minhas e meus dias nunca foram tão intensamente preenchidos. E que eu nunca estive tão vulnerável e… tão potente.
Foi ali. Os azulejos, suados como eu, ecoavam meu grito: “Tá vindo! Tá vindo tudo! Tá vindo inteira!”. Numa só contração, todo seu corpinho desceu, minhas mãos crispadas nos braços do meu companheiro, imobilizando qualquer movimento dele. Nem eu nem…
Há alguns dias, me veio tão nitidamente essa sensação, seguida da uma profunda gratidão por ser mulher e ser mãe: somos canais para a vida se manifestar!
Escrevo isso sem nenhuma romantização, porque sei o que é maternidade real e vivo cotidianamente os desafios de lidar com o turbilhão emocional de uma criança de 4 anos (prestes a se tornar irmão mais velho) e de uma gestação (desejada, planejada, mas cheia de surpresas) aos 42 anos. Vivo diariamente os desafios de acolher minhas próprias emoções diante dessa imensidão pulsante que é a busca por uma maternagem consciente, equilibrando o autocuidado e o cuidado com a família.
O que é preciso deixar morrer para renascer em amor e graça e força e luz? Como renascer em meio aos desafios de já ser mãe de um e estar gestando outro ser? O que irá sustentar a mãe, o…
A potência de conceber, gestar e parir pode ser algo tão imenso, transformador e libertador que assusta. Sim, assusta (e muito) os homens e por isso eles tentam com todos os recursos “filosóficos”, “científicos” e tecnológicos – criados por eles próprios na cultura patriarcal – nos privar do acesso a esta potência. Como? Através da linguagem impregnada de machismo disfarçado, através do mercado da maternidade romântica, através da indústria da cesárea, através da hiper-medicalização na gestação, no parto e no puerpério, entre outras coisas ainda mais sórdidas, porque mais sutis.
Mas acessar esta potência feminina-criativa-materna assusta também as mulheres.