Ser mãe é estar a serviço da vida
E aí você se tornou mãe e ganhou um novo propósito: cuidar da vida.
E aí você se tornou mãe e ganhou um novo propósito: cuidar da vida.
Nasceu! Um parto natural, rodeado de amor e alegria, como todo parto deveria ser. Foi assim o nascimento do meu primeiro livro: pleno de amor e luz, como um bebê muito esperado e bem-vindo! Chegou da gráfica no sábado! Estou…
Vulnerabilizar-se. “Esse verbo não existe. Melhor trocar por algo como tornar-se vulnerável ou mostrar suas fraquezas”, disse minha editora ao me enviar a revisão do livro. Não aceitei a troca. Porque não tem a ver com fraqueza ou com mostrar-se…
Há alguns dias, me veio tão nitidamente essa sensação, seguida da uma profunda gratidão por ser mulher e ser mãe: somos canais para a vida se manifestar!
Escrevo isso sem nenhuma romantização, porque sei o que é maternidade real e vivo cotidianamente os desafios de lidar com o turbilhão emocional de uma criança de 4 anos (prestes a se tornar irmão mais velho) e de uma gestação (desejada, planejada, mas cheia de surpresas) aos 42 anos. Vivo diariamente os desafios de acolher minhas próprias emoções diante dessa imensidão pulsante que é a busca por uma maternagem consciente, equilibrando o autocuidado e o cuidado com a família.
Primeiro veio o Yoga, quando eu ainda era adolescente. Depois dos 30, descobri a Comunicação Não-Violenta. E, com quase 40, me tornei mãe. Os caminhos foram convergindo e me preparando para o que sou hoje e para isso que assumi como meu propósito atualmente: cuidar do tecido das relações humanas, a começar pela base – a relação mãe-filho. Isso significa exercer meu próprio papel de mãe de forma consciente e amorosa e apoiar outras mães a assumirem a importância de seu papel na co-construção de uma nova sociedade, mais humana, mais empática, mais consciente e sustentável. Faço isso por meio da educação emocional e relacional, visando o fortalecimento do vínculo mãe-filhos, o autocuidado nesta relação, a harmonização das relações familiares, e o empoderamento materno. Na base de tudo isso, está o conceito de AHIMSA.
Educar sem punições nem recompensas é um desafio para muitos pais e mães. Muitas de nós fomos criadas à base de palmadas e outros castigos físicos ou psicológicos. Modernamente, substitui-se o ajoelhar-se sobre o milho pelo cantinho do pensamento. Formas diferentes para um mesmo fim: fazer a criança sentir-se culpada, com medo ou com vergonha de algo que fez. Precisamos interromper este padrão familiar (e social) se queremos estabelecer uma relação de respeito mútuo com nossos filhos, baseada no amor, na empatia e na auto-responsabilização. Somos mais fortes, mais experientes, mais habilidosos: somos os adultos da relação. Precisamos usar nossa força e capacidades para proteger e cuidar, nunca para punir.
“Como é ser uma mulher empreendedora com filho pequeno?”, foi a pergunta que ouvi recentemente. Mas a pergunta que eu mais me faço é: como podemos cocriar as condições para que mulheres mães possam ter uma vida digna, com tempo para os filhos e para si mesmas, e com saúde, disposição e energia para realizar seus sonhos e fazer outras coisas que as nutrem, além da maternidade?
Muitas mulheres sofrem e se culpam por serem menos que perfeitas como mães. É compreensível: vivemos em uma sociedade em que a culpa e a vergonha são instrumentos de coerção e de dominação. Aprendemos desde cedo a nos comparar, a julgar, a criticar, a achar culpados e bodes expiatórios, a dividir o mundo entre gente do bem e inimigos, entre meninas boas e meninas más, mulher pra casar e mulher da vida, boas mães e mães ruins… E assim, somos incitadas a nos policiarmos umas às outras. E assim nos afastamos umas das outras e nos condenamos ainda mais à separação e à solidão. E nos corroemos em autojulgamentos em meio à solidão materna.
Vamos falar de amor? Como você diz “eu te amo” – para seus filhos, seu companheiro ou companheira, para si mesma? E o que significa, para você, dizer isso? O que é, afinal, o amor?
Conheci este texto numa versão em francês, no livro “Dénouer les conflits par la Communication NonViolente”, que traz uma entrevista que Marshall Rosenberg concedeu à Gabreille Seils. Não existe versão em português. Traduzi alguns trechos do capítulo que aborda a grande questão da Comunicação Não-Violenta (e da minha vida) – o amor. Suspenda suas ideias pré-concebidas sobre o tema e vamos juntas.
Rede de apoio, sororidade, pertencimento, auto-conhecimento, transformação, fortalecimento das relações: estes são alguns dos ingredientes que compõem o projeto “Cultivando o Cuidado – apoio, empatia e empoderamento materno”.
“Cultivando o Cuidado” nasceu junto com Gael. Ao me tornar mãe, percebi na pele, no ventre, no peito, o quanto nós, mulheres mães, precisamos de apoio para nutrir uma relação saudável com nossos filhos – e com nós mesmas. Senti a importância de estar junto a outras mulheres que vivem momentos semelhantes da vida: a gestação, o puerpério, a criação dos filhos. Descobri na prática que é fundamental estar bem-cuidada para conseguir bem-cuidar. E é assim que nasce o projeto “Cultivando o Cuidado” – do qual este blog faz parte, trazendo informação de qualidade, relatos pessoais inspiradores e dicas preciosas para uma convivência amorosa e transformadora.